Importância
A combinação de árvores com pastagens (sistemas
silvipastoris), com pastagens e a inclusão de culturas agrícolas durante a fase
inicial de desenvolvimento das espécies arbóreas (sistemas agrossilvipastoris)
e mesmo a associação de árvores com culturas agrícolas (sistemas
silviagrícolas) são de grande aplicabilidade.
A atividade florestal exige rotações mais longas que as
demais atividades agropecuárias, principalmente para que se obtenha um produto
final para serraria. O corte do eucalipto para industrialização ocorre
normalmente aos 7 anos de idade, num regime que permite até 3 rotações
sucessivas e econômicas, com ciclo final de até 21 anos.
Os reflorestamentos tradicionais de eucalipto são
representados por densos maciços florestais, plantados em espaçamentos
regulares e normalmente com uma única espécie. Entretanto, nas propriedades
rurais, além dessa possibilidade de plantio, as árvores também podem ser
plantadas de forma integrada com as atividades agrícola e pecuária ou, ainda,
como prestadoras de serviços como quebra-ventos, cercas vivas, proteção de
animais, sem no entanto esquecer o seu potencial para gerar produtos
econômicos. Para que se tenha sucesso nesse empreendimento, precisa-se considerar o espaçamento da
espécie florestal. Nesses sistemas normalmente são usadas menores densidades de
plantio e diferentes arranjos espaciais das espécies florestais em campo.
Plantios mais adensados resultam na produção de um elevado
número de árvores com pequenos diâmetros, as quais normalmente são utilizadas
para fins menos nobres como lenha, carvão, celulose, engradados e estacas para
cercas. Espaçamentos amplos resultam em um número menor de plantas por unidade
de área, tornando mais fácil o acesso de máquinas para o plantio e tratos culturais.
Facilitam também a retirada da madeira e empregam menos mão-de-obra, além de
permitirem a produção de madeira de melhor valor comercial (postes, vigas,
esteios e serraria). Como desvantagens há maior necessidade de tratos culturais
e menor derrama natural.
Na produção de madeira de alta qualidade, para serraria, é
necessário que os espaços entre as
plantas sejam superiores ao normal. Assim, o manejo florestal deve ser baseado
em podas freqüentes e rigorosas, de forma a alcançar um mercado com maiores
preços mediante uma mercadoria de maior valor agregado. Dessa forma, a
implantação de povoamentos, assim manejados, é naturalmente uma excelente
alternativa para se integrar as atividades agrícola, florestal e pecuária em um
sistema de produção misto.
Práticas de manejo em eucalipto, caracterizadas por
espaçamentos iniciais largos, desbastes precoces e pesados e podas altas,
revelam-se superiores aos tradicionais, com a produção de madeira de boa
qualidade, com bons resultados econômicos. Além disso, permitem a penetração de
altos níveis de radiação no sub-bosque, o que, por sua vez, favorece o
desenvolvimento satisfatório de outras espécies, também com valor econômico,
associadas.
Importância socioeconômica e ambiental
O Setor Florestal Brasileiro conta com, aproximadamente, 530
milhões de hectares de Florestas Nativas, 43,5 milhões de hectares em Unidades
de Conservação Federal e 4,8 milhões de hectares de Florestas Plantadas com
pinus, eucalipto e acácia-negra.
Com a exploração de áreas de Florestas Nativas mais a
exploração das Florestas Plantadas gera mais de 2 milhões de empregos,
contribui com mais de US $ 20 bilhões para o PIB, exporta mais de US$ 4 bilhões
(8% do agronegócio) e contribui com 3 bilhões de dólares em impostos, ao ano,
arrecadados de 60.000 empresas.
As Florestas Plantadas, estão distribuidas estrategicamente,
em sua maioria, nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São
Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo.
Essas florestas plantadas visam a garantia do suprimento de
matéria-prima para as indústrias de papel e celulose, siderurgia a carvão
vegetal, lenha, serrados, compensados e lâminas e, painéis reconstituídos
(aglomerados, chapas de fibras e MDF).
Apesar da participação das plantações florestais estar
aumentando em todos os segmentos em relação a das Florestas Nativas, o setor
acredita que com base nas expectativas de crescimento de demanda, haverá uma
necessidade de plantio em torno de 630 mil hectares ao ano, ao invés dos 200
mil hectares atuais. A Sociedade Brasileira de Silvicultura - SBS distribui
essa necessidade de plantio como sendo: 170 mil ha / ano para celulose, 130 mil
ha / ano para madeira sólida, 250 mil ha
/ ano para carvão vegetal e 80 mil ha /
ano para energia.
Com base nesses dados observa-se a importância do eucalipto
por ser uma espécie de uso múltiplo com possibilidade de atender a todos os
segmentos acima descritos, principalmente para papel e celulose e energia onde
historicamente deu contribuição especial
Eucalyptus
1. Introdução
O Eucalipto é plantado,
atualmente, em quase todo o mundo, por se uma planta que possui espécies
diversificados em condições de clima e solo.
A maioria das espécies plantadas no
Brasil apresenta um crescimento rápido, produz grande quantidade de madeira e
subprodutos e tem fácil adaptação.
Para se ter uma idéia da
diversificação das espécies, existem eucaliptos que se adaptam muito bem a
regiões de temperaturas de 35ºC e outros que suportam um frio de até 18ºC
abaixo de zero.
Embora se diga que o eucalipto
prospera nos mais variados climas e solos, como toda plantação, ele necessita
de certos cuidados para sua boa produção e desenvolvimento.
O eucalipto é considerado uma cultura
recuperadora de solo. Por ter raízes profundas, ele busca, nas camadas
inferiores do solo, nutrientes minerais que já estão fora do alcance de raízes
superficiais.
Por esse motivo, o eucalipto pode
controlar a erosão do solo e também ocupar áreas que são impróprias para a
agricultura. Além disso, serve de matéria-prima para diversas finalidades como
marcenaria, apicultura, papel e celulose etc.
Dentre as principais espécies
cultivadas recomendamos:
- papel e celulose (Eucalyptus
grandis, E. saligna, E. urophylla);
- mourão de cerca (E. citriodora,
E. robusta, E. globulus);
- pontalete para construção (E.
citriodora, E. robusta, E. globulus);
- energético - lenha, carvão (E.
grandis, E. urophylla, E. torilliana);
- postes (E. citriodora, E.
robusta, E. grandis).
Apresentamos, neste resumo,
algumas instruções técnicas que podem ajudar, a você agricultor, no plantio de
eucalipto.
2. Você pode produzir suas mudas
2.1. Prepare a terra
Retire terra de barrancos numa
profundidade de aproximadamente 50cm e peneire, deixando-a livre de torrões.
2.2. Encha as embalagens
Use sacos plásticos com 8cm x l5cm
(ou semelhantes), cm 4 ou mais furos na parte inferior. Encha-os uniformemente
com a terra peneirada, deixando-a compactada.
2.3. Faça a semeadura
- Organize os sacos plásticos, já
cheios com terra, em canteiros com 1m de largura, em superfície plana colocando
um bem encostado ao outro;
- Cerque os canteiros com tábuas,
varas, tijolos ou mesmo terra;
- Peneire uma camada fina de terra
sobre os sacos plásticos, numa peneira de malha fina (fubá);
- Dilua 150g de adubo NPK 4-14-8
(ou parecido) em 8 litros
d'água e aplique em cada m2 de canteiro;
- Peneire novamente uma leve
camada de terra, para isolar o adubo da semente;
- Efetue a semeadura distribuindo
de 3 a 5
sementes em cada saquinho;
- Peneire novamente uma leve
camada de terra fina.
2.4. Cobertura e irrigação
- Peneire uma camada de 0,5cm de
palha de arroz, com peneira de malha (feijão), ou cubra com "sombrite
50%" (ou sapé);
- Caso a cobertura seja sombrite
ou sapé, mantenha uma altura de 10cm do canteiro;
- Retire a cobertura quando a muda
atingir 2cm de altura;
- Após a semeadura, faça duas
irrigações abundantes por dia.
2.5. Seleção e repicagem
Quando as mudas apodem 3 a 4cm deixe as mais vigorosas
e arranque as outras, podendo aproveitá-las cortando suas raízes, deixando no
máximo 0,5cm. Plante essas mudas nos sacos plásticos em que não houve
germinação.
2.6. Adube após a seleção e
repicagem
- Utilize a mesma adubação da
semeadura logo após a seleção das mudas;
- Repita a adubação a cada 15
dias, por mais duas ou três vezes;
- Quando as mudas atingirem l5cm,
não adube mais.
2.7. Faça a movimentação das mudas
- Quando as mudas atingirem cerca
de 15cm, faça a movimentação, colocando as maiores nas laterais do canteiro e
as menores no centro;
- Pode-se efetuar novas adubações
no centro do canteiro, até que as mudas menores alcancem o tamanho das outras.
Na dúvida, não coloque mais adubo.
2.8. Selecione e encaixote
- Quando a muda atingir de 15 a 30cm diminua a irrigação
para "amadurecimento" (ocasião em que a mesma fica avermelhada e
pronta para o encaixotamento);
- Após o
"amadurecimento", selecione as mudas do mesmo tamanho e encaixote-as
para serem embarcadas.
3. Plantio do eucalipto - Comece
assim
3. 1. Limpe toda a área
Você deve fazer a operação de
destoca, aproveitando o material existente na lavoura, juntando o resto do mato
para fazer o encoivaramento.
Quando a vegetação for rasteira e
baixa, o ideal é fazer a sua incorporação no solo através de uma gradagem.
3.2. Faça a aração e gradagem
Após a limpeza do terreno, inicie
os trabalhos de aração e gradagem. Esses trabalhos devem, de preferência ser
realizados após as chuvas ou com solo úmido. Isso melhora a profundidade da
aração. Se possível, quando necessário, faça a gradagem duas vezes.
3.4. Planeje os caminhos e aceiros
Quando você efetuar os trabalhos
de limpeza e aração, faça uma programação dos aceiros e carreadores internos.
Os aceiros devem ter no mínimo 6m de largura em todo o perímetro da área,
facilitando a prevenção e combate a incêndios.
Os carreadores internos em áreas
inclinadas deverão ser traçados em sentido bem suave, cortando as águas, de
modo a não serem prejudiciais pela erosão. Poderão ser traçados com saídas e
escoamento de águas ou com elevação de terras no sistema de curvas de nível.
3.5. Fique de "olho" no
formigueiro
Após a limpeza do terreno, inicie
o serviço de combate às formigas saúva, quenquém ou outra.
Para você combater a saúva,
utilize um formicida granulado. Não é aconselhável que você utilize formicida
em dias chuvosos.
No combate à formiga quenquém
utilize as mini-iscas, ou então, descubra o olheiro e aplique um inseticida
adequado.
3.6. Aplique o formicida
corretamente e com cuidado
Quanto maior o formigueiro, maior
a quantidade de formicida que você deve colocar no olheiro. Caso você coloque
uma quantidade pequena, as formigas ficam resistentes àquele formicida, começam
a retirar do formigueiro os granulados e não carregam mais. Caso isso aconteça,
mude de marca de produto e diferencie o atrativo.
Para você ficar sabendo se está
colocando a quantidade 'correta de formicida, meça rapidamente o formigueiro
conforme as instruções abaixo:
1. Meça a terra solta (murundum)
em m2;
2. Por exemplo, 2m de largura por
5m de comprimento = 10m2 = área do formigueiro;
3. Para cada 10m2 (área) use 100 gramas de formicida,
ou para cada 1m2, 10
gramas;
4. É importante não tocar com as
mãos nas iscas. Use luvas ou coloque o produto diretamente da embalagem nos
formigueiros.
3.7. O espaçamento é importante
À medida em que deixamos maior
espaço (área) para cada planta, ela irá provavelmente se desenvolver mais em
menor tempo. Quando mantemos o espaçamento muito fechado, corremos riscos de
ter um alto índice de árvores dominadas.
O espaçamento que recomendamos é
de 3m x 2m, perfazendo 6m2 de área por árvore, com 1.666 plantas por hectare.
Isso impede que você agricultor
escolha o espaçamento que melhor se adapte par a situação de suas terras, lugar
ou topografia. Porém, em nenhuma hipótese, o espaçamento deve ser menor do que
2m x 2m.
3.8. Alinhamento
O alinhamento poderá ser feito
através de cordas, conforme o espaçamento desejado. Marque a corda na distância
entre uma cova e outra. Nos terrenos planos, você pode utilizar trator com
sulcador, que cruzando as linhas deixará o espaçamento desejado.
3.9. Adube de acordo com o terreno
O agricultor pode utilizar a
adubação mecânica ou manual de acordo com a inclinação do seu terreno.
No caso da adubação mecânica,
quando o trator fizer o sulco, pode também efetuar a adubação em conjunto
(adubação em sulco). Esse procedimento ajuda nos resultados e diminui os
custos.
No plantio são usados 100 gramas de NPK
10-30-10 ou uma fórmula semelhante a essa com uma cobertura da mesma fórmula
depois de 10 meses a um ano.
A adubação manual é utilizada em
terrenos inclinados, onde não se consegue mecanização.
3.10. Efeito da adubação na
cultura
Planta
Altura das plantas no 5º mês após
o plantio (cm)
Sem adubação
49,58
Adubação na cova
110,49
Plantio e adubação no sulco
110,62
3.11. Coveamento em terrenos
inclinados
A cova deve ser feita com 30cm de
largura por 30cm de profundidade e aterrada. Em seguida deve-se colocar o
adubo.
Você deve efetuar o plantio com as
primeiras chuvas, pois nesse caso as covas ficarão com terras soltas
(aterradas). Utilize uma enxadinha pequena para abrir e colocar as mudas.
Quando o coveamento é aberto e não
é aterrado, o sol seca rapidamente a terra a ser colocada na planta estará
seca. Nunca plante em covas muito pequenas e principalmente em solos
compactados.
3.12. Veja como fazer as covas
Quando a cova é de profundidade
pequena as raízes encontram impedimento para penetração, que na maioria dos
casos se dá devido à compactação de terreno. Nesse caso as raízes se enroscam e
em conseqüência teremos uma planta com desenvolvimento lento e provavelmente
comprometida.
Quando a cova for mais profunda, a
planta encontra condições de desenvolver as raízes e consequentemente consegue
um crescimento normal.
3.13. Como fazer a limpeza da área
(coroa)
- Na coroa pequena, a muda é
prejudicada pela competição do mato;
- Quando a coroa é feita
corretamente a muda tem espaço suficiente par um bom desenvolvimento (60cm de
raio).
Atenção: quando você agricultor
for plantar em áreas de pasto (braquiária), faça uma coroa maior, com 75cm de
raio e adube com super fosfato simples l50 g/cova. A cobertura também deve ser
feita 60 dias após o plantio, mantendo ainda a coroa sempre limpa.
3.14. Cuidado ao transportar as
mudas
Quando transportar as mudas do
viveiro de produção para o local do armazenamento, você deve ter cuidado
especiais:
- O caminho deve ser coberto com
lona, mesmo que a distância não seja muito longa, pois o vento causado pela
velocidade do veiculo queima as folhas das mudas;
- As caixas deverão ser colocadas
no chão ou no local do armazenamento, devagar, para não abalar as raízes e
causar perdas;
- Essa operação deverá ser
observada e repetida no transporte do local do armazenamento para o campo;
Ao distribuir as mudas, nas
proximidades das covas, nunca jogue-as de cima e sim utilize meios que
possibilitem colocá-las suavemente na cova ou na sua proximidade.
3.15. Guarde as mudas corretamente
- Em sacos plásticos: limpe uma
área plana onde tenha água nas proximidades. Faça canteiros com 1m de largura e
5 a 10 m de comprimento, para que
haja ventilação nas mudas, deixe espaço de 0,5m entre um canteiro e outro, para
trânsito na irrigação. Nunca armazene todas as mudas juntas sem espaço,
formando um canteiro único, pois dessa forma poderá ocorrer abafamento e
consequentemente doenças. Guarde as mudas em lugares abertos, e iluminados.
- Em tubetes: o armazenamento
ideal das mudas é feito em telas com 1m de largura e comprimento de até 10m,
fixas em madeira, na altura de 1m a 1,30m. Os tubetes devem ser distribuídos na
tela sempre com espaços para ventilação. No caso de não possuir telas na
propriedade, você poderá armazenar as mudas na terra com os seguintes cuidados:
1. Faça canteiros de 80cm de
largura e comprimento que não ultrapasse 10cm;
2. Peneire uma camada de areia ou
terra solta, de aproximadamente 10cm de altura e sobre esses canteiros
distribua os tubetes espaçados;
3. Irrigue conforme a necessidade.
Após a retirada do tubete, a muda tem uma durabilidade de um a dois dias.
3.16. A hora do plantio
Se a embalagem da muda que vai ser
plantada for de saco plástico, retire-a totalmente e cubra a cova com terra, l
a 2cm acima da parte superior do colo da muda. A terra deverá ser comprimida
com as mãos ou pés, deixando a muda na posição vertical. Observe sempre se o
adubo foi bem misturado à terra.
As mudas embaladas em tubetes
devem ser conduzidos para o local de plantio, para serem retiradas dos tubetes.
Para que isso aconteça, basta um leve toque na parte superior. Você deve ter o
cuidado de não levar, junto à cova, terra compactada, para não entortar a muda,
pois isso prejudicaria seu desenvolvimento inicial.
O plantio de eucalipto pode ser
consorciado com o de milho ou de feijão, desde que não haja mais do que uma
única linha de feijão ou de milho ao centro da rua em que foi plantado o
eucalipto.
Atenção: não plante eucalipto
embaixo de linhas com energia elétrica, sem deixar a distância exigida por Lei.
3.17. Use um cupinicida
Antes do plantio, observe se na
área existe cupim, pois eles cortam as raízes, causando a morte da planta.
Nesse caso, aplique uma colher de chá de um cupinicida, bem espalhado no fundo
da cova.
3.18. Faça a manutenção da
floresta
- Combate a Formiga - Deixe sempre
uma ou mais pessoas percorrendo a área para combater as formigas cortadeiras.
Combata as formigas até 10m longe das divisas. As incidências maiores são
próximas a matagais e locais sujos.
- Capinas Mecânicas - Nas áreas
planas, plantadas com espaçamento de 3m x 2m, você pode efetuar uma gradagem
nas entrelinhas e capinas manuais nas linhas. Essa operação fixas mais
quantidade de água no solo, beneficiando a planta e, diminuí o custo de
manutenção.
- Capinas Manuais - Em solos
inclinados ou levemente inclinados, onde não se consegue mecanização, efetue a
capina manual que poderá ser por coroamento ou trilhamento.
- Coroamento - Deverá ser feito um
círculo medindo 1m de uma extremidade a outra, ou seja, com 0,5m de raio,
sempre mantendo vegetação das entrelinhas roçadas.
- Trilhamento - Nunca deve ser
feito acompanhando as águas, pois isso ajudaria a erosão do local e lavagem do
terreno, levando adubo para as partes baixas e, em alguns casos, destruindo o
plantio. Você deve sempre manter o eucalipto limpo até que ele domine sua área.
3.19. Reforme as áreas improdutivas
Quando uma plantação de eucalipto,
após cortada, não apresenta brotação conveniente para uma produção econômica,
você pode reformá-la, isto é, planta-la novamente com eucalipto, sem a
necessidade de destoca dos tocos antigos.
Após a limpeza, quando não há
possibilidade de mecanização, efetue o coveamento conforme orientado
anteriormente, seguindo o mesmo alinhamento do plantio anterior.
Nos casos de terrenos planos com
espaçamento que suporte mecanização, você pode cortar os tocos bem baixos e
utilizar um trator com arado reformador, cobrindo-os com terra, e também
efetuar as demais operações de coveamento, adubação e plantio.
Mantenha sempre o eucalipto limpo.
No início da brotação do antigo plantio, faça a desbrota com foices ou enxadas,
não deixando prejudicar o novo plantio.
3.20. Incêndios - melhor prevenir
- Mantenha os aceiros de divisa
sempre limpos e gradeados;
- Fique atento às queimadas dos
vizinhos, principalmente na época em que os agricultores efetuarem as queimadas
para preparo do solo, o que geralmente ocorre no inverno;
- Fique sempre atento, pois não
sabemos quando um incêndio se inicia;
- Se possível coloque cartazes
acertando sobre o perigo de fogo (cartazes educativos).
3.21. Tratamento de mourões
Esse treinamento deve ser feito de
preferência em um galpão aberto e ventilado.
Prepare, primeiro, a solução em um
tambor aberto, pintado por dentro com Neutrol.
Para preparar a solução, dissolva
em 100 litros
de água, dois frascos de Osmose MR-Sal ou seis quilos de qualquer um destes
preservativos: Osmose K33, Wohnani CCA, CCB e URT.
Em seguida, num outro tambor,
também pintado por dentro com Neutrol ou em um tanque de tijolos cimentado,
coloque os mourões em pé, na quantidade que couber.
Ponha, então, uma quantidade da
solução que atinja o nível de 40
a 80cm do tambor ou do tanque.
Ao ser colocada no tambor, a
solução começa a subir pelos canaizinhos da seiva, que existem dentro da
madeira. A seiva vai sendo empurrada para cima. À medida que, a solução vai
penetrando no mouro, seu nível vai baixando. E preciso acrescentar mais solução
no tambor, refazendo sempre o nível de 40 a 80cm todo dia.
Deixe os mourões na solução
durante quatro ou cinco dias, até que toda a madeira escureça.
Retire, então, os mourões do
tambor. Empilhe-os deitados no chão, formando engaiolamento, que permite a
ventilação, à sombra.
Nesse engaiolamento os mourões
secam em trinta a quarenta dias.
Após o tratamento e secagem a
madeira poderá ser lavada, para retirar o excesso da solução que se encontra na
parte de fora.
Considerações gerais sobre o plantio
O plantio e uma das operações mais importantes para o
sucesso da implantação de florestas. A adoção do sistema adequado requer uma
definição clara de objetivos e usos potenciais dos produtos e subprodutos que
se espera da floresta. O sucesso de um plantio e a obtenção de povoamentos
produtivos e com madeira de qualidade deve ser pautado por práticas
silviculturais como: a escolha e limpeza da área, controle de pragas e doenças,
definição do método de plantio e tratos culturais.
O plantio se caracteriza pela colocação da muda no campo.
Pode ser mecanizado, manual ou semi mecanizado, dependendo da topografia,
recursos financeiros e disponibilidade de mão de obra e/ou equipamentos.
- O plantio mecanizado ou semi mecanizado aplica-se onde a
topografia e plana possibilitando o uso de plantadoras traquinadas por
tratores. As plantadoras, normalmente, fazem o sulavento, distribuem o adubo e
efetivam o plantio. No sistema semi mecanizado, as operações de preparo de solo
e tratos culturais são mecanizados, o plantio propriamente dito e´ manual.
- O plantio manual e recomendado para áreas declivosas ou em
situações onde não e´ viável o uso de maquinas agrícolas.
Os plantios de eucaliptos realizados no sul do Brasil, em
sua maioria , adota o sistema manual em função da rusticidade da espécie, da
disponibilidade de mão de obra e em muitas situações pelas condições
topográficas.
Alguns fatores importantes devem ser definidos previamente
antes do plantio propriamente dito, com destaque para o espaçamento de plantio,
as operações de manejo, os tratos culturais e a adubação das mudas.
Constituem-se operações básicas para a implantação de um maciço florestal o
preparo de solo e plantio.
Preparo de solo
Planejamemto
do plantio
No planejamento definem-se as vias de acesso e o
dimensionamento/posicionamento dos talhões, ações que facilitarão as operações
de plantio, tratos culturais, operações de proteção, principalmente controle de
fogo e as operações de retirada da madeira.
Observe-se que o dimensionamento/posicionamento dos talhões
assume importância estratégica, pois as operações de exploração (derrubada e
retirada da madeira) são responsáveis por mais de 30% do custo da madeira
produzida e colocada no pátio da fabrica.
Preparo do solo
Construções
de estradas
A construção das vias de acesso devem considerar a distancia
máxima do arraste ou transporte da madeira no interior da floresta, que por
razoes técnicas e econômicas não devem ultrapassar os 150 m. Assim, os talhões
devem ser dimencionados com no máximo 300 m de
largura, com cumprimento variando de 500 a l000 m.
A definição do tamanho do talhão é importante também para a
proteção da floresta em caso de incêndio, por exemplo, em áreas declivosas, a
distância de arraste não deve exceder a 50 m.
Preparo do solo
Aceiros
Os aceiros separam os talhões e servem de ligação às
estradas de escoamento da produção. Podem ser internos ( com largura de 4 a 5 m) ou de divisa ( com largura
de 15 m).
Recomenda-se ainda
que a cada 4 ou 5 talhões estabeleça-se aceiros internos de 10 m de largura. É desejável
que os aceiros possuam leitos carroçáveis com aproximadamente 60 % da largura.
A área total ocupada por aceiros, considerando áreas planas
ou suavemente onduladas deve ser de 5% da área útil.
Preparo do solo
Limpeza
A limpeza da área para plantio corresponde às operações de
derrubada, remoção e enleiramento da vegetação/resíduos da exploração.
Na limpeza recomenda-se retirar apenas o material lenhoso
aproveitável, como por exemplo a lenha ( energia ou carvão) e madeira para
serraria, moirões etc, sendo que o restante do material, considerado como
resíduo da exploração, deve permanecer no campo como uma importante reserva de
nutrientes.
Dependendo da densidade da vegetação a ser retirada e da
topografia do local (observe-se os aspectos legais), pode-se utilizar
equipamentos e/ou maquinas pesadas.
Dentre eles podemos citar o correntão, indicado para áreas
de capoeira e cerradões; laminas frontais empuradeiras ou frontais cortadeiras.
As laminas frontais cortadeiras são mais apropriadas pois fazem menor
Preparo do solo
Preparo do
solo propriamente dito
As áreas destinadas ao cultivo de essências florestais devem
receber cuidados especiais, visto que dela dependerá, em grande parte, o
resultado econômico da atividade.
O principal objetivo do preparo da área é oferecer condições
adequadas ao plantio e estabelecimento das mudas no campo. Como condições
adequadas podemos considerar a redução da competição por ervas daninhas,
melhoria das condições físicas do solo ( ausência de compactação) e a presença
de resíduos da exploração (folhas e galhos devidamente trabalhados para não
prejudicarem as operações que demandam uso de maquinas).
Estes resíduos são importantes na manutenção da matéria
orgânica no solo e consequentemente na ciclagem e disponibilização de
nutrientes às plantas.
Aspectos gerais
Alguns fatores importantes devem ser definidos antes do
plantio propriamente dito, com destaque para o espaçamento de plantio e suas
características.
Espaçamento
O espaçamento influenciará as taxas de crescimento, a
qualidade da madeira produzida, a idade de corte, os desbastes, as praticas de
manejo e consequentemente nos custos de produção.
O espaçamento, ou densidade de plantio, é provavelmente uma
das principais técnicas de manejo que visa a qualidade e a produtividade da
matéria-prima.
Deve ser definido em
função dos objetivos do plantio, considerando-se que a influência do
espaçamento é mais expressiva no crescimento em diâmetro do que em altura. O
planejamento da densidade de plantio também deve visar a obtenção do máximo de
retorno por área. Se, por um lado, a densidade for muito baixa, as árvores não
aproveitarão todos os recursos como água, nutrientes e luz disponíveis e, por
conseqüência, haverá menor produção por unidade de área; mas por outro lado, se
a densidade de plantio for muito elevada, tais recursos não serão suficientes
para atender a demanda do povoamento, o que também repercutirá no decréscimo de
volume e na própria qualidade das árvores.
Normalmente os plantios são executados com espaçamentos
variando entre 3x2 e 3x3 metros, os quais favorecem os tratos culturais
mecânicos. Empresas integradas destinam a madeira dos primeiros desbastes para
energia ou celulose, e as árvores remanescentes do povoamento, com porte mais
expressivo, são utilizadas para a fabricação de serrados ou para a laminação.
Características do espaçamento
Espaçamentos maiores (densidade baixa) produção em volume
individual, menor custo de implantação, maior número de tratos culturais, maior
conicidade de fuste e desbastes tardios.
Espaçamentos menores (densidade alta), maior produção em
volume por hectare, rápido fechamento do dossel, menor número de tratos
culturais, menor conicidade do fuste e exigem desbastes precoces.
Quanto à forma dos espaçamentos, os quadrados ou
retangulares são os mais indicados e praticados, podendo ser bastante apertados
para produção de madeira para fins energéticos, ou mais amplos, quando se
deseja matéria-prima para fins de fabricação de papel e celulose ou serraria e
laminados.
Importância da nutrição mineral
Embora o eucalipto tenha rápido crescimento, este é muito
variável. Os principais fatores que interferem no crescimento estão
relacionados com o material genético utilizado e com as condições de solo onde
é plantado. Geralmente, são utilizados os solos de baixa fertilidade natural,
sendo necessária sua correção com a aplicação de fertilizantes.
Espécies de eucaliptos
Avaliações nutricionais em plantios de Eucalyptus spp são
importantes para recomendações de uso de fertilizantes minerais, pois propiciam
melhor aproveitamento dos nutrientes, resultando em aumento da produtividade florestal.
A amostragem correta das árvores é fundamental, para o sucesso dos estudos
nutricionais.
O Brasil em termos climáticos para o cultivo do eucalipto
possui duas regiões: tropical e subtropical. A região sudeste,
predominantemente tropical e não sujeita a geadas de forte intensidade,
concentra a maior área de plantio. Esse é primeiro parâmetro que delimita o uso
das espécies de eucalipto para plantio. O outro é a finalidade do uso da
matéria-prima do eucalipto.
Para atender demandas regionais, a Embrapa em parceria com
empresas privadas e instituições públicas avalia desde 1985, 12 importantes
espécies em 172 experimentos localizados em nove estados. Esses estudos, ao
lado do aperfeiçoamento das técnicas silviculturais, vem propiciando, nas
últimas décadas, a expansão da produção pelo aumento da área plantada e pela
melhoria na produtividade. Cerca de 3 milhões de hectares já são plantados com
Eucaliptos, e em alguns casos, o rendimento se aproxima dos 50 m3 de madeira por
hectare/ano.
As espécies indicadas para a região subtropical são E.
benthamii (comprovadamente resistente à geada) e E. dunnii (resistência parcial
a geadas) Para áreas situadas em regiões acima do paralelo 24º Sul, de clima
predominantemente tropical, as mais indicadas são E. grandis, E. urophylla, E.
saligna, e E. cloeziana para plantios com mudas formadas a partir de sementes
de pomares e áreas de produção de sementes. Plantios de sementes híbridas das
espécies, E. grandis e E. urophylla, podem ser realizados nas regiões tropicais,
independente de testes locais. Para plantios de mudas, formadas por clonagem,
são recomendados testes de comportamento do crescimento, e definição do uso da
matéria prima.
Localização da propriedade agrícola Uso da madeira Eucalipto
indicado Comportamento da espécie
Em regiões sujeitas a geadas severas e freqüentes
Fins energéticos
(fonte de energia ou carvão vegetal) e serraria
E. dunnii
Apresenta rápido
crescimento e boa forma das árvores
Apresenta dificuldades na produção de sementes
Em regiões sujeitas a geadas severas e freqüentes
Fins energéticos
(fonte de energia ou carvão vegetal)
E. benthamii
Boa forma do fuste,
intensa rebrota, fácil produção de sementes. Requer volume alto de precipitação
pluviométrica anual
Em regiões livres de geadas severas
Fins energéticos
(fonte de energia ou carvão vegetal), celulose de fibra curta, construções
civis e serraria
E. grandis
Maior crescimento e
rendimento volumétrico das espécies. Aumenta a qualidade da madeira com a
duração do ciclo
Em regiões livres de geadas severas
Uso geral
E. urophylla
Crescimento menor que
E. grandis, boa regeneração por brotação das cepas
Em regiões livres de geadas severas
Fins energéticos
laminação, móveis, estruturas, caixotaria, postes, escoras, mourões, celulose
E. saligna
Madeira mais densa
quando comparada ao E .grandis ;menos suscetível à deficiência de Boro.
Em regiões livres de geadas severas
Fins energéticos,
serraria, postes, dormentes, mourões estruturas, construções
E. camaldulensis
Árvores mais
tortuosas recomendado para regiões de déficit hídrico anual elevado.
Em regiões livres de
geadas severas
Fins energéticos,
serraria, postes, dormentes, mourões estruturas, construções
E. tereticornis
Tolerante à
deficiências hídricas, boa regeneração por brotação das cepas
Em regiões livres de
geadas severas
Serraria, laminação,
marcenaria, dormentes, postes, mourões
E. maculata
Apresenta crescimento
lento inicial. Indicada para regiões de elevado déficit hídrico
Em regiões livres de geadas severas
Fins energéticos
(fonte de energia ou carvão vegetal), construções civis e uso rural e
agrosilvopastoris
E. cloeziana
Excelente forma do
fuste, durabilidade natural, alta resistência a insetos e fungos
Produção de mudas
A implantação da floresta depende, dentre outros fatores, da
utilização de mudas saudáveis, com bom diâmetro de colo, raízes bem formadas,
relação parte aérea / sistema radicular adequada, e nutridas adequadamente.
Isto garantirá melhor índice de sobrevivência no plantio, maior resistência a
estresses ambientais e maior crescimento inicial, influenciando diretamente na
qualidade final da floresta.
As técnicas a serem adotadas para a produção das mudas devem
atender às necessidades de cada produtor, em termos de disponibilidade e
localização de área, grau de tecnologia e dos recursos financeiros disponíveis.
Existem vários fatores que determinam o método de produção a
ser utilizado. Dentre eles, podem se destacar:
Sementes
Deve-se escolher sementes de boa procedência, exigindo-se os
atestados de fitossanidade e, os resultados analíticos do grau de pureza e
germinação. Estes cuidados devem-se ao fato que o uso de sementes de boa
qualidade favorecerá a obtenção de floresta produtivas.
Existem diversos fornecedores que comercializam sementes de
boa qualidade, variando a tecnologia de produção e o grau de melhoramento das
árvores produtoras de sementes.
Os graus de melhoramento genético admitidos para sementes
florestais se subdividem em:
Área de Coleta de Sementes (ACS)
ACS é um povoamento comercial considerado de boa qualidade,
onde algumas árvores de melhor qualidade aparente (melhor fenótipo) são
selecionadas para a coleta de sementes. Como essas árvores matrizes não são
selecionadas com base no seu valor genético e, ainda, são polinizadas por
qualquer árvore em sua volta, o valor genético das suas sementes é
limitado.
Portanto, o viveirista deverá planejar a operação de
produção de mudas, considerando que um grande número de delas deverá ser
descartado no processo, devido à grande freqüência de plantas de baixo vigor,
má formação e com outros defeitos. A vantagem dessa categoria de semente é o
baixo custo e a segurança de maior adaptabilidade ao local de produção.
Área de Produção de Sementes (APS)
APS é um povoamento isolado de outros da mesma ou de
espécies afins, de excelente desempenho quanto à produtividade e à qualidade
das árvores, que é submetido a desbastes seletivos, em várias etapas, deixando
somente as melhores árvores. Nesse processo, abre-se um amplo espaçamento entre
as árvores, proporcionando condições para que as remanescentes desenvolvam suas
copas e produzam grandes quantidades de semente. As sementes produzidas na APS
são de qualidade genética melhor do que da ACS porque são produzidas por árvores
selecionadas, polinizadas por outras, também, selecionadas na mesma
intensidade. Mesmo assim, o grau de melhoramento obtido ainda é modesto, visto
que a intensidade de seleção que se pode aplicar é limitada pela quantidade de
árvores existente no povoamento e a quantidade que precisa ser deixada para
produção de sementes. A grande vantagem da APS é a combinação do melhoramento
genético na produtividade e qualidade com o melhoramento na adaptabilidade ao
local, já que ambos os genitores estão entre os de melhor adaptabilidade na
população.
Sementes coletadas de uma APS poderão ser usadas na formação
de povoamentos destinados à formação de APSs de gerações sucessivas de seleções
massais, gerando sementes de melhor qualidade genética a cada geração no processo.
Assim, é importante que se conheça o histórico da APS de onde se originou a
semente.
Pomar de Sementes (PS)
O pomar de sementes é o povoamento constituído de matrizes
com alto grau seleção genética, manejado e destinado a produzir sementes
melhoradas. Normalmente, ele é composto de clones de um número reduzido de
árvores de alto valor genético, ou de mudas produzidas com suas sementes. As
árvores matrizes componentes do pomar são selecionadas para algumas
características específicas como alta produtividade em alguma região
específica, rápido crescimento, densidade da madeira, tolerância a fatores
adversos do ambiente etc. Portanto, o tipo de cada pomar precisa ser
especificado quanto às características de seleção a que seus componentes foram
submetidos. A qualidade genética das sementes produzidas no pomar é da melhor
possível, originando mudas com maior vigor e homogeneidade e pequeno número de
descartes. Com esse tipo de semente, aumenta-se a eficiência do viveiro, bem
como a produtividade da floresta formada com essas mudas.
Substratos
A definição do substrato a ser utilizado num viveiro
florestal, depende da análise de uma série de fatores, dentre eles
destacando-se:
a) Espécie a ser semeada,
b) Disponibilidade próxima do local do viveiro de
matérias-primas para composição do substrato, caso a decisão seja a produção
própria do produto.
c) Sistema de irrigação utilizado nas diferentes etapas da
produção da muda (semeadura, crescimento e rustificação)
d) Tipo de embalagem utilizada
e) Relação custo/benefício
Atualmente, o uso do solo puro como substrato para viveiros
hoje, não tem sido muito utilizado por diversas razões, podendo-se destacar
entre elas, o problema ambiental criado com a retirada do solo, principalmente
em grandes quantidades, e a dificuldade de manuseio do mesmo no viveiro, pois
solo é pesado para manuseio, se for de superfície, pode carregar sementes de
plantas invasoras e esporos de patógenos, e é impróprio para a utilização em
recipientes como os tubetes plásticos.
Existem vários componentes que podem ser utilizados para a
produção de substratos, classificados como inertes: vermiculita (nome comercial
de produto a base de mica expandida), casca de arroz carbonizada, moinha de
carvão vegetal e, orgânicos: turfa, bagaço de cana decomposto, fibra de coco,
estercos de bovino, aves e suínos, cascas de pínus ou eucaliptos, compostos
derivados de resíduos orgânicos, etc.
Cada um destes componentes, apresenta suas peculiaridades
com relação a teor de nutrientes (macros e micros) e a disponibilização dos
mesmos às mudas, condutividade elétrica, capacidade de retenção e
disponibilização de água, compactação sob irrigação, granulometria e
porosidade, etc.
A produção de substratos normalmente envolve conhecimentos
específicos sobre as características físico-químicas de seus componentes, a
maneira pela qual interagem quando misturados, e suas implicações na produção
das mudas, variam em função da espécie e tipo de produção (sementes/estaquia),
do sistema de irrigação disponível no viveiro, e da disponibilidade local dos
componentes a serem utilizados.
É desejável que o substrato possua características como:
Porosidade: é determinada pelo grau de agregação e
estruturação das partículas que compõem o substrato, devendo apresentar um bom
equilíbrio entre os microporos que retém água, e os macroporos que retém ar.
Esse equilíbrio é que determinará a capacidade de drenagem do substrato.
Retenção de umidade: de grande importância para se
determinar o regime de irrigação, a retenção de umidade é determinada pelo teor
e quantidade e qualidade dos componentes do substrato, principalmente a matéria
orgânica e alguns tipos de material inerte, como a vermiculita.
Alguns materiais como a fibra de coco, retém grande
quantidade de água , o que pode reduzir substancialmente a necessidade de
irrigações ao longo do dia, principalmente no inverno.
Granulometria: é recomendável que os componentes do
substrato apresentem densidade semelhantes, para evitar fracionamento das
partes, principalmente no momento do enchimento das recipientes, quando se
utiliza mesa vibradora. Componentes muito finos, também podem interferir na
capacidade de drenagem do substrato, o que é prejudicial para a formação das
mudas.
pH: A acidez de um substrato é medida ao final da mistura de
componentes, devendo variar entre 6 a 6,5 (medido em H2O). Valores abaixo ou
acima desta faixa trazem problemas à formação das mudas devido a
indisponibilidade de alguns nutrientes e fitotoxidez. O ajuste do pH do
substrato (acidificação ou calagem) nem
sempre fornece bons resultados, por isso, a escolha de componentes da mistura que variem o pH dentro da faixa
recomendada, e a mistura resultante mantém-se dentro da faixa de tolerância,
com um bom poder tampão, facilita o
manejo deste parâmetro.
Características químicas desejáveis:
pH em H2O = 6,0 a 6,5
Fósforo = 300 a 600 g/cm3
Potássio (níveis de (K/T x 100) = 5 a 8%
Cálcio + Magnésio (níveis de Ca + Mg/T x 100) = 85 a 95%
Obs.: T = capacidade de troca catiônica
Recipientes
A escolha do recipiente determina todo o manejo do viveiro,
o tipo de sistema de irrigação a ser utilizado e sua capacidade de produção
anual.
Dentre os tipos de recipientes que podem ser utilizados na
produção de mudas de pínus, podem-se citar:
a) Sacos plásticos: ainda hoje utilizados, porém seu uso vem
diminuindo gradualmente, devido a grande quantidade de substrato ou solo
necessário ao seu enchimento, peso final da muda pronta, área ocupada no
viveiro, diminuindo a produção/m2, maior necessidade de mão-de-obra em relação
à outros tipos de recipientes e, dificuldades de transporte, além de gerar
grande quantidade de resíduos no ato do plantio devido ao seu descarte. Tem
como vantagem o baixo custo, a possibilidade de utilização de sistemas de
irrigação simples, e a possibilidade de obter mudas de maior tamanho,
valorizadas para ornamentação, dependendo da espécie semeada.
b) Laminado de pínus: com características semelhantes às dos
sacos plásticos, este tipo de embalagem apresenta como vantagem, a possibilidade
de utilização de toretes de madeira, refugo de grandes laminadoras, que ainda
podem ser desdobrado em lâminas por pequenos tornos, a custo bastante reduzido.
As suas desvantagens são as mesmas dos sacos plásticos, e requer mão-de-obra
para a sua confecção. Necessita de um bom controle do tempo de formação das
mudas, para que não se degrade antes do período de plantio devido ao ataque de
fungos decompositores de madeira e, requer cuidados no transporte, visto que,
por não ter fundo, pode desagregar e perder o substrato, expondo as raízes e
causando o seu ressecamento, o que compromete a sobrevivência das mudas no
campo.
c) Tubetes plásticos: utilizados na capacidade de 50
cm3 e acondicionados em bandejas
próprias, são as recipientes que melhor aceitação tem no mercado atualmente.
Apresenta como vantagens o uso racional da área do viveiro, permitindo o
acondicionamento de um número grande de mudas, a possibilidade de automatização
do sistema de produção de mudas, desde o enchimento das recipientes, até a
semeadura e expedição das bandejas para a área de germinação. Os tubetes também
possibilitam a sua reutilização, que pode chegar a 5 anos, dependendo da
qualidade do plástico utilizado na sua confecção e do armazenamento adequado à
sombra.
O uso de tubetes
requer um cronograma rígido de produção e expedição de mudas para o campo. A
manutenção das mudas por um período muito além do período de rustificação pode
causar problemas de enovelamento de raízes e deficiências nutricionais, o que
se traduz em menor sobrevivência das mudas no campo no plantio, ou mortes
posteriores, por problemas de má capacidade de absorção de água da planta ou
tombamentos pelo vento das árvores devido à má distribuição das raízes no solo
em função do enovelamento acontecido na fase de viveiro (fotos 1 e 2).
O modelo típico de sistema de produção apresentado envolve o
cultivo do eucaliptos em áreas dobradas e de cerrados o que determina
coeficientes técnicos para dois diferentes sistemas de produção. No primeiro,
prevalecem as áreas dobradas, mais dependentes no uso de mão-de-obra, enquanto
que no segundo, nas áreas de cerrados, o sistema de produção se desenvolve mais
com o uso da mecanização.
Observa-se que a produção em áreas de cerrados permite um
maior número de plantas por hectare. Entretanto, na produção final, os retornos
financeiros, tanto no cerrados quanto nas áreas dobradas os benefícios
econômicos são muito próximos.
Durante o levantamento das informações, optou-se por não colocar
os custos de administração. Considerando-se os valores de 2% à 3%, observa-se
que as atividades tem retorno muito pequeno na produção de Eucalipto.
Provavelmente, as empresas que utilizam máquinas e equipamentos próprios, bem
como terra de baixo custo de oportunidade, fato que fazem com que os custos
sejam menores.
Quanto custa - O custo muda em função de muitas variáveis
como o tipo de solo, declividade do terreno, vegetação atual que cobre o solo,
tamanho da propriedade, se mecanizada ou não, densidade populacional e
principalmente quanto ao profissionalismo ou não do investidor que terá uma
Taxa Interna de Retorno (TIR) financeiro proporcional ao investimento.
A base do sucesso do empreendimento começa com a aquisição de mudas com boa procedência e alto potencial genético. Aliado a isso tem que haver bom preparo de solo, manutenções (roçadas, coroamento, combate a formigas, adubações, desgalha, desbaste, e outras) em hora certa. Por fim, o manejo florestal deve estar adequado ao almejado no inicio do projeto que visualizará o melhor mercado para seus produtos. De acordo com a Ecoplant, de uma forma geral, o custo do plantio e manutenção da área custa de vai de R$ 2.500 a
R$ 4.500 por hectare. Depois de cinco anos, no primeiro corte da árvore de eucalipto, o produtor recebe em média, R$ 15 mil.
A base do sucesso do empreendimento começa com a aquisição de mudas com boa procedência e alto potencial genético. Aliado a isso tem que haver bom preparo de solo, manutenções (roçadas, coroamento, combate a formigas, adubações, desgalha, desbaste, e outras) em hora certa. Por fim, o manejo florestal deve estar adequado ao almejado no inicio do projeto que visualizará o melhor mercado para seus produtos. De acordo com a Ecoplant, de uma forma geral, o custo do plantio e manutenção da área custa de vai de R$ 2.500 a
R$ 4.500 por hectare. Depois de cinco anos, no primeiro corte da árvore de eucalipto, o produtor recebe em média, R$ 15 mil.
Quem planta – Todos podem plantar pinus e eucalipto, desde
que não precise de retorno financeiro imediato. Para Generci Neves, fábricas de
papel e celulose, carvoarias, siderúrgicas, cerâmicas, secadoras de grãos,
madeireiras e outras muitas indústrias, além do produtor rural e outros
investidores como os profissionais liberais são os grandes interessados no
filão de mercado. “É uma poupança com alta rentabilidade, segurança e boa
liquidez”, afirma.
Para quem vai plantar, é importante saber qual é a finalidade do consumo final da espécie a ser plantada tanto do pinus como do eucalipto. Só assim haverá a rentabilidade e a liquidez esperadas.
Há muitas finalidades e muitas variedades das espécies como por exemplo, pinus especiais para alta produção de toras e resina e eucalipto. Uns são para celulose e lenha e outros, com maior dureza, para fins de madeiramentos. Há ainda espécies de eucalipto direcionado ao apicultor, por ter maior precocidade e intensidade de floração.
Quem compra – O grande negócio da floresta está voltado para várias serrarias instaladas na região. Elas mantêm um equilíbrio quanto ao consumo da parte mais nobre da árvore e que mais agrega valor ao empreendimento, ou seja, o manejo florestal objetivando a produção de toras. Esse, segundo Generci, é um seguimento que realmente remunera o produtor, além de aquecer o comércio local deixando renda na região e fixando o trabalhador local. “Essa não é uma atividade sazonal como a canavieira, salvo situações adversas como a baixa taxa cambial que avassala o setor produtivo”, diz Generci.
Para consumo das madeiras mais finas e tortas existem as indústrias de papel e celulose, que são grandes consumidoras e estão instaladas em Nova Campina, Sengés, Jaguariaíva e Angatuba. Há também vários secadores de grãos, além de cerâmicas na região de Tatuí.
Para quem vai plantar, é importante saber qual é a finalidade do consumo final da espécie a ser plantada tanto do pinus como do eucalipto. Só assim haverá a rentabilidade e a liquidez esperadas.
Há muitas finalidades e muitas variedades das espécies como por exemplo, pinus especiais para alta produção de toras e resina e eucalipto. Uns são para celulose e lenha e outros, com maior dureza, para fins de madeiramentos. Há ainda espécies de eucalipto direcionado ao apicultor, por ter maior precocidade e intensidade de floração.
Quem compra – O grande negócio da floresta está voltado para várias serrarias instaladas na região. Elas mantêm um equilíbrio quanto ao consumo da parte mais nobre da árvore e que mais agrega valor ao empreendimento, ou seja, o manejo florestal objetivando a produção de toras. Esse, segundo Generci, é um seguimento que realmente remunera o produtor, além de aquecer o comércio local deixando renda na região e fixando o trabalhador local. “Essa não é uma atividade sazonal como a canavieira, salvo situações adversas como a baixa taxa cambial que avassala o setor produtivo”, diz Generci.
Para consumo das madeiras mais finas e tortas existem as indústrias de papel e celulose, que são grandes consumidoras e estão instaladas em Nova Campina, Sengés, Jaguariaíva e Angatuba. Há também vários secadores de grãos, além de cerâmicas na região de Tatuí.
Recomendação de adubação mineral
Não existem recomendações de adubação baseadas apenas nas
análises de solo, e especificas para as diferentes espécies florestais
plantadas nos diferentes tipos de solo. De maneira geral, pode-se recomendar a
seguinte adubação:
Interpretação dos teores de P e K no solo, com base nos
resultados da análise química.
Teores no solo Interpretação
Baixo Médio Alto
P (mg/dm³) menor ou
igual a 3,0 maior que 3 e menor que 7 maior ou igual a 7
K (mmol(+)/dm³) menor
ou igual a 0,5 maior que 0,5 e menor que
1,5 maior ou igual a 1,5
Recomendação de adubação com fertilizante mineral para
eucaliptos, com base nos teores de P e K do solo.
Interp. Interp. N P205 K20 Fórmula kg/ha g/pl
P K
B B 30 120
60 08-32-16
375 220
B M/A 30 120
45 10-30-10
400 240
M B 30 90
60 08-30-20
300 180
M M/A 30 90
45 08-28-16
320 190
A B 30 60
60 08-28-16
220 130
A M/A 30 60
30 10-20-10
300 180
B= baixo; M= médio; A=alta
As quantidades de adubos sugeridas são com base em um
plantio no espaçamento 3m x 2m, o que representa uma população de 1666
árvores/ha.
Adubação de plantio
A regra é colocar o adubo o mais perto possível da muda. O
adubo pode ser aplicado na cova ou no sulco de plantio. No primeiro caso o
adubo deve ser colocado no fundo da cova antes do plantio, bem misturado com a
terra para evitar danos à raiz das mudas No segundo caso o adubo é distribuído
no fundo do sulco de plantio, aberto pelo sulcador, ou outro implemento
agricola.
Adubação de cobertura
Embora não seja uma prática comum a adubação de cobertura é
indicada, pois ela complementa a adubação de plantio. No caso de não se fazer a
adubação de cobertura, a quantidade
recomendada para plantio e cobertura
devem ser aplicadas no ato do plantio .
A adubação de cobertura é feita aproximadamente 3 meses após
o plantio. O adubo é distribuído ao lado das plantas, em faixas ou em coroamento. Após
aplicação é recomendado cobri-lo com terra.
Adubação de manutenção
Tem como objetivo fornecer K, Ca e Mg para as plantas. Deve
ser aplicada quando as plantas tiverem de 2,5 a 3,0 anos de idade. Nos caso de solo muito
ácido ou baixos teores de Ca e Mg, é recomendando aplicar juntamente com o
potássio, o calcário dolomitico na quantidade de 2,0 toneladas por hectare.
A aplicação é feita distribuindo o adubo e o Calcário entre
as linhas de plantio. Após aplicação deve fazer uma incorporação superficial,
isto é, a aproximadamente 5,0
cm de profundidade.
Manejo integrado de pragas em florestas
As populações de insetos são reguladas por forças físicas,
nutricionais e biológicas. Em condições normais, estas forças contrabalançam a
enorme capacidade reprodutiva dos insetos, que poderiam alcançar populações
assustadoras, caso estas forças fossem retiradas.
Na floresta os insetos benéficos estão principalmente em
dois grandes grupos: Predadores, que se alimentam externamente e devoram suas
presas (Tompson, 1943) e parasitóides que vivem sobre o hospedeiro ou dentro
dele e, gradualmente o consome. As diferenças entre parasitóides e predadores
não são rígidas. Os parasitóides usualmente são capazes de alimentar se e
completar seu ciclo de vida em um único hospedeiro, enquanto o predador
alimenta-se de vários indivíduos, movendo-se livremente para procurar outras
presas. A maioria dos parasitóides pertence às ordens Hymenoptera e Diptera.
Alguns parasitóides atacam diferentes hospedeiros e outros
são limitados a alguns poucos, ou apenas um hospedeiro. Por outro lado, uma
única espécie pode servir de hospedeiro para diferentes espécies de
parasitóides. Os parasitóides também não estão livres de inimigos naturais,
eles podem ser atacados por outros parasitóides (hiperparasitismo) (Furnis
& Carolin,1977).
A manipulação das forças biológicas se constitui numa das
ferramentas mais poderosas do Manejo Integrado de Pragas (MIP), na agricultura ou na floresta e
que envolve um grande número de técnicas. No que se refere aos aspectos biológicos do MIP estas técnicas podem ser sintetizadas
em três linhas: o uso de técnicas
culturais, o controle biológico e o uso de plantas resistentes. Os estudos de
resistência de plantas se aproximaram do MIP em 1950, focado nas estratégias de
defesas da planta e seus efeitos nos insetos herbívoros e em menor extensão,
nos efeitos dos insetos na planta. Mais recentemente, estes estudos incluíram
as interações entre plantas e o terceiro nível trófico, observando a interação
tritrófica da perspectiva de cada componente.
(Vinson, 1999). As técnicas
culturais compreendem o manejo da cultura, englobando todas práticas que a
beneficiam e, de maneira indireta influencia na dinâmica populacional dos
insetos, tais como capina, roçagem, desbastes, adubação, etc...
Os insetos destrutivos fazem parte dos ecossistemas florestais e tem impacto significativo na
produtividade e outros valores da floresta, no entanto estes impactos adversos
podem ser evitados ou mantidos abaixo dos níveis de dano econômico, através de
medidas ecológicas, compatíveis com o manejo florestal (Waters & Stark,
1980) e integradas às outras atividades que conduzem a floresta ao seu objetivo
final, seja ele a produção de madeira, celulose, papel, paisagístico ou ambiental.
Controle biológico é um fenômeno natural que regula o número
de plantas e animais com a utilização de inimigos naturais (agentes de
mortalidade biótica) mantendo as populações (excluindo o homem possivelmente)
em estado de equilíbrio com o ambiente (Bosch, et al. 1973), flutuando dentro
de certos limites (Berti Filho, 1990). Uma vez que os insetos perfazem um total
de 80% (talvez 1-1.5 milhões de espécie) de todos os animais terrestres, a
inibição parcial de controle biológico natural geraria conseqüências
inimagináveis. O homem poderia não sobreviver à intensa competição com comida e
fibra e ele enfrentaria problemas relacionados à saúde devido a doenças transmitidas por
insetos. Nestes termos, o
controle biológico, então, é de grande importância para nós e, provavelmente
crítico a nossa sobrevivência. (Bosch,
et al. 1973).
Controle biológico é um fenômeno natural que, quando
aplicado adequadamente o um problema de praga, pode prover uma solução
relativamente permanente, harmoniosa, e econômica. Mas por ser o controle
biológico uma manifestação da associação natural de tipos diferentes de
organismos vivos, i.e., parasitóides e patógenos com os hospedeiros e,
predadores com as presas, o fenômeno é dinâmico, sujeito às perturbações por
fatores outros como, as mudanças no ambiente, processos adaptativos e,
limitações dos organismos envolvidos em cada caso (Huffaker & Mensageiro,
1964 apud. Bosch, et al. 1973).
Quando se discute o manejo de pragas é necessário lembrar
que existe mais de um milhão de espécies de insetos, mas apenas um pequeno
percentual é considerado praga. Embora a maior parte do trabalho dos
entomologistas concentra-se em matar estas pragas (Pyle et al., 1981), é
indiscutível o papel benéfico de muitos insetos para o homem. O fato dos
insetos estarem associados com algo maléfico (pragas e vetores) para a maioria
da sociedade, torna difícil conscientizar a população sobre a necessidade de
conservá-los.
Dentre as razões
citadas por pragas Pyle et al., (1981), do porquê conservar populações
de insetos, estão os valores intelectuais, ecológicos e econômicos. Do ponto de
vista econômico, os insetos estão quase sempre associados a prejuízos. No
entanto, não está bem claro para a povo
as possibilidades de lucros oriundos dos insetos, que podem ser uma enorme
fonte de lucros, basta lembrar as abelhas e o bicho da seda, que mobilizam
criadores, indústria e comércio em todo mundo. Um mercado recente, que tem
mobilizado um grande número de pessoas é a produção e comercialização de
parasitóides e predadores para uso na agricultura e florestas.
O controle biológico no Brasil
O controle biológico clássico no Brasil iniciou em 1921, com
a importação de Prospaltella berlesi (Aphelinidae) dos Estados Unidos para o
controle de Pseudaulacaspis pentagona no pessegueiro. Em 1929, foi introduzido
da Uganda o parasitóide Prorops nasuta
para controlar a broca do café (Hypothenemus hampei), dentro de um programa que
continuou por vários anos, com a criação
e distribuição deste parasitóide
(denominada de vespa da Uganda), por mais de duas mil propriedades até 1939.
Após esta data outros inimigos naturais foram introduzidos
para o controle desta broca, como o braconideo Heterospilus coffeicola
(Gonçalves, 1990) e vários outros para o controle de diversas pragas nas
culturas da macieira, café, cana de açúcar, citrus, cacau e outras. (Berti
Filho, 1990). Os sucessos alcançados nos primeiros programas incentivaram vários pesquisadores e
instituições a investirem no controle biológico sendo publicados mais de 1400
trabalhos nas últimas duas décadas na área de entomopatógenos (Alves, 1998),
com ênfase aos bioinseticidas virais e bacterianos.
Na área florestal vários projetos com ênfase no controle
biológico podem ser referenciados, tais como:
1. O uso de Trichogramma sp. (Hymenoptera Trichogrammtidae)
no controle de lagartas desfolhadoras de Eucalyptus spp., coordenado pela
Universidade Federal de Minas Gerais -UFMG (Berti Filho, 1990) que em 1982
liberou 168.000 indivíduos de
Trichogramma soaresi na tentativa de
controlar um foco de Blera varana Schaus
em Eucalyptus cloeziana F. Muell. em Minas Gerais (Zanúncio, et al. 1993).
2. Programa de controle de lagartas desfolhadoras do
eucalipto com uso de predadores, como
Podisus nigrolimbatus Spínola (Hemiptera: Pentatomidae) e P. connexivus
Bergroth, coordenado pela Universidade Federal de Viçosa -UFV, em convênio com
diversas empresas florestais em
Minas Gerais, Bahia, São Paulo e Espirito Santo. (Zanúncio,
et al. 1993).
3. O controle da vespa da Madeira Sirex noctilio Fabricius
com a introdução do nematóide Deladenus siricidicola Bedding seu principal
inimigo natural e posteriormente os parasitóides Megarhyssa nortoni (Cresson) e
Rhyssa persuasoria (L.). O parasitóide Ibalia leucospoides Hochenwald foi
introduzido naturalmente junto com a praga (Iede & Penteado, 2000). A vespa
da madeira foi observada, no Brasil,
pela primeira vez em 1988 (Iede & Penteado, 1988) e no ano seguinte
iniciou o programa de controle, coordenado pela Embrapa Florestas, no Paraná,
em cooperação com diversas empresas florestais que plantam Pinus sp. no Rio
Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
Além destes, muitos trabalhos individuais ou em grupos têm
apresentado alternativas ao controle de pragas florestais, com a identificação
de inimigos naturais, testes de eficiência para predadores, parasitóides e
microorganismos, principalmente vírus e bactérias. Dentro do controle biológico
de formigas cortadeiras, principal praga florestal no Brasil, podem ser citados
os trabalhos de Alves & Sosa Gomez, 1983; Anjos, et al. 1993; Della Lucia,
et. al., 1993; Silva & Diehl-Fleig, 1995 e Specht, et al., 1994
Insetos parasitóides
No controle de pragas do eucalipto uma das linhas de
pesquisa atuais tem sido o uso de parasitóides.
Principais espécies de hemipteros predadores utilizados em
florestas
Podisus
connexivus Bergroth, 1891
Podisus
nigrolimbatus Spínola, 1852
Podisus
sculptus Distant, 1889
Supputius
cincticeps Stal, 1860
Alcaeorrhynchus grandis
Reduviídeos
Montina confusa
Pragas
O eucalipto foi introduzido no Brasil na década de 40 se
adaptando as diferentes regiões do Brasil. Sua proximidade taxonômica com
diversas espécies brasileiras favoreceu a adaptação de muitos insetos, logo
após o início dos plantios. Os extensos plantios homogêneos e contínuos,
distribuídos por todo o Brasil forneceram grande quantidade de alimentos a
estes insetos.Aliada a disponibilidade de alimento a baixa diversidade
interferiu no equilíbrio ecológico destes insetos possibilitando seu aumento
populacional descontrolado, tornando-os pragas.
A ocorrência de pragas em eucalipto no Brasil foi registrada
logo depois de sua introdução. Silva (1949) observou a ocorrência de Sarcina
violascens (Lep. Limantriidae) atacando Eucalyptus tereticornis no Rio de
Janeiro. Nas décadas de 1970 e 80,
vários autores observaram lagartas desfolhadoras em eucalipto em São Paulo
Formigas cortadeiras
As formigas cortadeiras, conhecidas desde o século XVI e, já
relatadas pelo Jesuíta José de Anchieta em 1560 (Mariconi, 1970), são
consideradas até hoje como o principal problema entomológico das florestas
brasileiras. No Brasil estes insetos são chamados de saúvas ou quenquéns. A
primeira pertence ao gênero Atta com 10 espécies e 3 subespécies e a segunda aos
gêneros Acromyrmex, com 20 espécies e
nove subespécies (Della Lucia et. al., 1993, cap. 3), e menos importante, os
gêneros Sericomyrmex (9 espécies), Trachymyrmex (12 espécies) e Mycocepurus (3
espécies) (Anjos et. al., 1998).
Segundo Anjos, 1998 há estudos indicando que cerca de 75%
dos custos e tempo gastos no manejo integrado de pragas em florestas plantadas,
ou 30% dos gastos totais até o terceiro ciclo eram destinados ao manejo
integrado de formigas. O desfolhamento causado por formigas pode reduzir a
produção de madeira no ano seguinte em um terço e, se isto ocorrer no primeiro
ano de plantio, a perda total do ciclo pode chegar a 13% da colheita. Em
ecossistemas tropicais as formigas consomem em média 15% da produção florestal.
Para o controle de formigas são utilizados principalmente
produtos químicos na forma de iscas. No entanto o manejo adequado dos plantios
juntamente com o monitoramento é fundamental para o sucesso deste
controle.
Formigas Saúvas
Saúvas são formigas cortadeiras do gênero Atta. Diferem-se
das quenquéns por serem maiores e possuirem apenas três pares de espinhos no
dorso do tórax. Ocorrem somente na América, sendo sua dispersao do sul dos EUA
até a Argentina. Seus ninhos são denominados sauveiros e são facilmente
reconhecidos pelo monte de terra solta na superfície (Gallo et. al. 2002). A
seguir serão listadas as espécies de saúvas e sua distribuição no território
Nacional de acordo com Della Lucia et. al., (1993).
Atta bisphaerica
Forel, 1908 - "Saúva-mata-pasto" - SP, MG, RJ, Norte e Sul do Mato
Grosso.
Atta capiguara Gonçalves, 1944 - "Saúva-parda" -
SP, MT e MG.
Atta cephalotes (L., 1758)- "Saúva-da-mata" - AM,
RO, RR, PA, AP, MA, PE (Recife e arredores) e Sul da BA. Provavelmente, ocorre
no AC e Norte do MT.
Atta goiana Gonçalves, 1942 - "Saúva" - GO e MT.
Atta laevigata (F. Smith, 1858)- "Saúva-de-vidro"
- SP, AM, RR, PA, MA, CE, PE, AL, BA, MG, RJ, MT, GO e Norte do PR.
Provavelmente, ocorre em RO, PI e SE.
Atta opaciceps Borgmeier, 1939 -
"Saúva-do-sertão-do-nordeste" -PI, CE, RN, PB, PE, SE e Nordeste da
BA. Provavelmente ocorre em AL.
Atta robusta Borgmeier, 1939 - "Saúva-preta" - RJ.
Atta sexdens piriventris Santschi, 1919 - "Saúva- limão
-sulina" - SP, Sul do PR, SC e RS
Atta sexdens rubropilosa Forel, 1908-
"Saúva-limão" - SP, MG (Sul e centro), ES, RJ, Sul do MT, Sul de GO e
Norte e Oeste do PR.
Atta sexdens sexdens (L., 1758)-
"Formiga-da-mandioca" - AM, AC, RO, RR., PA, AP, Norte do MT, Norte
de GO, MA, PI, CE, RN, PB, PE, AL, SE, BA e Norte de MG.
Atta silvai Gonçalves, 1982- "Saúva" - Sul da BA.
Atta vollenweideri Forel, 1939 - "Saúva" - RS e
MT.
Em
Minas Gerais, as espécies mais frequentes e abundantes são:
A. sexdens rubropilosa, A. laevigata e A. bisphaerica.
Formigas quenquéns
São formigas cortadeiras, principalmente do genero
Acromyrmex. Os formigueiros deste gênero são pequenos e geralmente de poucos
compartimentos (panelas). As operárias variam muito de tamanho, mas geralmente
são bem menores que as saúvas.
A ocorrência destas formigas vai desde a Califórnia (EUA)
até a Patagônia, encontrando-se espécies deste gênero na América Central, Cuba,
Trinidad e América do Sul, exceto no Chile As únicas espécies que não são da
Região Neotropical são Acromyrmex versicolor versicolor (Pergande) e A.
versicolor chisosensis (Wheeler).
Comumente, encontram-se variações individuais na proporção
dos espinhos do tronco e da cabeça em espécimens pertencentes à mesma colônia.
A caracterização taxonômica realizada com base na proporção forma dos espinhos
do tronco, o tipo de esculturação tegumentar e disposição dos tubérculos no
gáster (GONÇALVES, 1961) são sinais facilmente visualizados nas operárias
máximas.
Com as modificações nomenclaturais no subgénero Moellerius
feitas por FOWLER (1988) e as duas formas neárticas, além da descrição de
Acro,nyrmexdiasi (GONÇALVES, 1983), o gênero conta atualmente com 63 espécies
nominais. Dessas, 20 espécies e nove subespécies foram constatadas no Brasil.
No Estado de São Paulo, dados sobre a atualização da distribuição geográfica do
gênero apontam 11 espécies seis subespécies (ANDRADE e PORTI, 1993)
1. Acromyrmex ambiguus Emry, 1887-
?Quenquém-preto-brilhante?- SP, BA e RS.
2. Acromyrmex aspersus (F. Smith, 1858)- ?Quenquém-rajada? -
MG, SP, BA, ES, RJ, MT, PR, SC e RS.
3. Acromyrmex coronatus (Fabricius, 1804) -
?Quenquém-de-árvore? SP, PA,
CE, BA, ES, MG, RJ, MT, GO, SC e MS.
4. Acromyrmex crassispinus Forel, 1909 - ?Quenquém-de-cisco
e quenquém? - SP, RJ, RS, MCI e DF.
5. Acromyrmex diasi (Gonçalves, 1983 - DF (Brasília).
6. Acromyrmex disciger Mayr, 1887 - ?Quenquém-mirim e
formiga--carregadeira? - SP?, RJ, MG, PR E
SC.
7. Acromyrmex heyeri Forel, 1899-
?Formiga-de-monte-vermelha? PR, SC, RS e
SP.
8. Acromyrmex hispidus fallAx Santschi, 1925- ?Formiga-mineira?
PR, -SC, SP e RS.
9. Acromyrmex hispidus formosus Santschi, 1925 - PR de
acordo com KEMPF (1972).
10. Acromyrmex hystrix (Latreille, 1802) -
?Quenquém-de-cisco-da--amazônia? - AM, PA, RO, GO, BA e MT.
11. Acromyrmex landolti
balzani Emery, 1890- ?Boca-de-cisco, formiga-rapa-rapa, formiga-rapa e
formiga-meia-lua? - SP, MG, SC, GO e MS (MAYHÉ-NUNES, 1991).
12. Acromyrmex landolti fracticornis Forel, 1909 - MT e MS.
13. Acromyrmex landolti landolti Forel, 1884- AM, PA, MA,
PI, CE, RN, PB, PE, AL, BA, MG, MT e AC.
14. Acromyrmex laticeps laticeps Emery, 1905 -
?Formiga-mineira e formiga-mineira-vermelha? - SC, RS e PR
15. Acromyrmex laticeps nigrosetosus Forel, 1908- ?Quenquém-campeira?
16. SP, AM, PA, MG, MA, ,MT, GO, RO, BA e SC
17. Acromyrmex lobicornis Emery, 1887-
?Quenquém-de-monte-preta e formiga-de-monte- preta? - BA e RS.
18. Acromyrmex lundi carli Santschi, 1925 - AM e PA.
19. Acromyrmex lundi lundi (Guérin, 1838) -
?Formiga-mineira-preta, quenquém-mineira e quenquém-mineira-preta? - RS.
20. Acromyrmex lundi pubescens Emery, 1905 - MT.
21. Acromyrmex muticinodus (Forel 1901)-?Formiga-mineira?-
CE, ES, RJ, SP, SC, MG e PR.
22.
Acromyrmex niger
(F. Smith, 1858)- SC, SP, CE, MG, RJ, ES e PR.
23.
Acromyrmex nobilis Santschi, 1939 - AM.
24. Acromyrmex octospinosus (Reich, 1793) - ?Carieira e
quenquém-mineira-da-amazônia? - AM, PA e RR.
25. Acromyrmex rugosus rochai Forel, 1904 -
?Fortniga-quiçaçá? - SP CE, MT e DF.
26. Acromyrmex rugosus rugosus (F. Smith, 1858) - ?Saúva,
formiga-lavradeira e formiga-mulatinha? - MS, RS, SP, PA, MÁ, PI, CE, RN, PB,
PE, SE, BA, MG, MT e GO.
27. Acromyrmex striatus (Roger, 1863)- ?Formiga-de-rodeio e
formiga de-eira? - SC e RS.
28. Acromyrmex subterraneus bruneus Forel, 1911 -
?Quenquém-de-cisco-graúcha.? -SP, CE, BA, RJ, SC, MG e ES.
29. Acromyrmex subterraneus molestans Santschi, 1925 -
?Quenquém--caiapó-capixaba? - CE, MG, ES, RJ, BA e SP, de acordo com AEDRADE e
PORTI (1993).
30. Acromyrmex subterraneus subterraneus Forel, 1893 -
?Caiapó? -SP, AM, CE, RN, MG, RJ, MT, PR, SC e RS.
Cupins – também atacam as raízes das plantas levando a morte
,quando elas são pequenas mudas
Lagartas
As lagarta consideradas pragas do Eucalyptus no Brasil podem
ser classificadas em desfolhadoras e broqueadoras
Besouros
Os besouros podem ser classificados como desfolhadores,
coleobrocas e besouro de raízes.
Besouros desfolhadores
Os besouros desfolhadores constituem um grupo de insetos
muito importantes para a silvicultura
brasileira. Estes estão incluídos em diversas famílias, principalmente as de
Chrysomelidae, Curculionidade, Scarabaeidae, Buprestidae. Dentro deste grupo a
principal espécie que apresenta
importância para o setor florestal brasileiro é Costalimaita ferruginea.
Gonipterus scutellatus (Coleoptera:
Curculionidade) é uma das piores pragas nativa dos eucaliptais na
Australia. Ele foi introduzido na Argentina em 1926 e, 30 anos
depois, foi encontrado nos eucaliptais do Rio Grande do Sul. Mais cerca de 30
anos e já está em São Paulo. Não
tardará e esta praga chegará aos maciços florestais de Minas Gerais, Espírito
Santo e Bahia. Outros insetos nativos do Brasil, como as de Naupactus, também
atacam as essências florestais. A família Buprestidae apresenta vàrias espécies
de besouros que atacam as folhas novas, mas principalmente roem os ponteiros e
galhos tenros de eucaliptais jovens. Suas espécias são ainda mal conhecidas
pela Entomologia Florestal brasileira.
A família Scarabaeidade apresenta espécies desfolhadoras vorazes em
muitos tipos de essências florestais no Brasil, como Bolax flavolineatus, por exemplo. Tanto as larvas
quantos os besouros adultos são pragas de resflorestamentos de eucalipto e de
várias culturas agrícolas.
Sugadores
Dentre os insetos que sugam a seiva e provocam danos no
eucalipto, podem ser citados, os psilideos, cigarrinhas, trips e pulgões. Estes
primeiros são compostos por insetos de origem australiana com introdução
recente no Brasil
Os insetos sugadores são de grande importância para o
eucaliptos por agrigarem os psilideos, insetos saltadores, semelhante a
pequenas cigarrinhas, pertencentes a Ordem Homoptera, superfamília Psylloidea
(Hodkinson, 1988).
Psilideos
São chamados ?Psilideos? insetos saltadores, semelhante a
pequenas cigarrinhas, pertencentes a Ordem Homoptera, superfamília Psylloidea
(Hodkinson, 1988). Dentro deste grupo,
são conhecidas em todo o mundo, cerca de
2500 espécies, sendo que a maioria se desenvolve em plantas lenhosas,
dicotiledôneas (Burckhardt, 1994). Grande parte dos insetos da família
Psyllidae são de origem Australiana sendo que a maioria das espécies se
desenvolvem em eucaliptos ou outras Mirtaceas.
Dentro desta família, o gênero Ctenarytaina Ferris e Klyver tem a mais
ampla distribuição natural, indo desde a Índia e Sudeste da Ásia até a
Austrália, Nova Zelandia e algumas ilhas do Pacífico (Burkchardt, 1998).
Algumas espécies de Ctenarytaina tem sido introduzidas em outros continentes
juntamente com seu hospedeiro, o eucalipto (Taylor, 1997).
A espécie mais conhecida do gênero, Ctenarytaina eucalypti ,
ocorre naturalmente no sudeste da
Austrália e Tasmania e foi introduzida na Nova Zelândia, Papua, Nova Guine, Sri
Lanka, África do Sul, Ilhas Canárias, Califórnia e Europa( França, Itália, Portugal, Espanha,
Ilhas Madeira, Inglaterra e Alemanha).
No Brasil foi realizado levantamentos destes psilideos no
Estado do Paraná e São Paulo, sendo encontrada três espécies, sendo uma delas
também encontrada em
Goiás. Possivelmente estes insetos estejam presentes nas
demais regiões, podendo ainda haver também outras espécies ainda não coletadas
nos levantamentos realizados anteriormente. A primeira ocorrência de C.
eucalypti, no Brasil, foi relatada por
Burckhardt, et. al. (1999), em mudas de
E. dunnii, no município de Colombo, PR.
Ctenarytaina sp. foi observada em plantações de Eucalyptus
grandis, no município de Arapoti, Norte
do Paraná em 1992 (Iede et. all. 1996). Em 1997 foi descrita a espécie
Ctenarytaina spatulata (Taylor 1997). Esta espécie de origem australiana se
espalhou por vários países. Foi observada em 1990 nas Ilhas do Sul em Nova Zelândia, em
1991 na Califórnia, USA, 1992 no Norte do Paraná, Brasil e em 1994 próximo a
Montevidéu, no Uruguai.
Produção de madeira para desdobro
Condução de brotações das cepas
Espécies recomendáveis para serraria
Diversas espécies de Eucalyptus podem ser plantadas com a
finalidade de serraria. A escolha da espécie dependerá fundamentalmente do
clima da área a ser plantada e das características físicas e químicas do
solo.
O E. grandis, E. saligna, E. microcorys, E. maculata, E.
pilularis, E. cloeziana, E. paniculata e E. resinifera tem sido manejados a
nível mundial para serraria, laminação e produção de postes.
Desbaste
Os desbastes de plantios florestais são necessários quando
se deseja obter toras de diâmetros elevados ao final da rotação. Este é o caso
da produção de toras para serraria e de postes de grandes dimensões. Quando o
objetivo for a produção do maior volume
possível de madeira de pequenos diâmetros, em espaço de tempo menor até o corte
final, os desbastes não são necessários.
Como cada sítio permite apenas um determinado valor limite
de área basal, reduzindo o número de árvores, a área basal máxima se
distribuirá por um número menor de árvores
remanescentes que atingirão diâmetros maiores. A estratégia mais recomendável é manter o
povoamento crescendo em taxas próximas do máximo incremento corrente anual em
área basal, o que pode ser conseguido por desbastes leves e freqüentes.
O primeiro, ou primeiros desbastes, devem ser pesados para
eliminar também árvores mal formadas, tortas, bifurcadas e doentes, mesmo que
apresentem dimensões elevadas. Deve-se evitar a retirada de grupos de árvores
e procurar manter uma distribuição
uniforme de espaçamento entre as árvores
remanescentes. Isto evita a formação de clareiras e o crescimento de plantas
invasoras entre as árvores. Evita-se também o surgimento de número excessivo de
brotações de gemas epicórmicas, que podem prejudicar a qualidade da madeira.
Este último inconveniente ocorre devido ao estimulo pela luz de gemas dormentes
ao longo do fuste e também quando as árvores entortam devido a desbastes
excessivos.
Demarcação para desbaste
A demarcação do desbaste é uma operação especializada para a
qual é necessário treinamento e discernimento para reconhecer as árvores que
devem ser retiradas e as que devem permanecer e a importância de uma
distribuição adequada de espaço entre as árvores.
Para assegurar-se que o número de árvores preconizado por
hectare permaneça após o desbaste é recomendável indicar-se o comprimento de
duas linhas de árvores que conterão 10 árvores, por exemplo, ao final do
desbaste. Um método simples de calcular consiste em multiplicar o número
remanescente de árvores pela distância entre linhas, dividir este valor pela
área de um hectare (10000 m2 ). Em seguida dividir-se 5 (número de árvores em
uma linha) pelo valor anteriormente obtido. O valor resultante é o comprimento
de duas linhas onde devem ser deixadas dez árvores. Aplicando para uma
distância entre linhas de 3 m:
3 m X
500 = 1500 m / 10000 m2 = 0,15 m-1
5 / 15
m-1= 33,3 m.
Portanto, para obter-se a densidade de plantas remanescente
pretendida (500 árvores/ha) é necessário deixar-se dez árvores a cada 33 m de
linha dupla.
Deve ser mencionado que não é necessário deixar-se sempre,
por exemplo, cinco árvores em cada linha de 33 m, pode-se se necessário deixar
quatro árvores em uma liDeve ser mencionado que não é necessário deixar-se
sempre, por exemplo, cinco árvores em cada linha de 33 m, pode-se se necessário
deixar quatro árvores em uma linha e seis na outra, e assim por diantenha e
seis na outra, e assim por diante
Sistemas de desbaste
Do ponto de vista econômico e operacional, em grandes áreas
é preferível executar-se o corte e extração de madeira mecanizados ao invés do
manual, desta maneira é mais econômico fazer-se desbaste sistemático e não o
seletivo, no primeiro desbaste. Aplica-se também quando não houver interesse no
manejo da rebrota das touças, ou então para espécies que não apresentem rebrota
satisfatória. Nos demais casos os desbastes seletivos são os mais
recomendáveis.
Em geral, nos desbastes sistemáticos se retira totalmente
uma linha a cada três linhas de árvores e se efetua o desbaste seletivo, nas
duas linhas remanescentes, nos desbastes subsequentes.
Este sistema de desbaste é recomendável para plantios muito
homogêneos ou seja aqueles plantados com material genético selecionado e com
técnicas silviculturais adequadas.
de madeira para desdobro
As recomendações que serão apresentadas a seguir aplicam-se
ao Eucalyptus grandis mas em princípio podem também ser utilizadas para outras
espécies de eucalipto.
O aproveitamento das toras para serraria é tanto mais
elevado quanto maior for o diâmetro da tora. Assim, quanto mais cedo o
povoamento atingir diâmetros elevados mais lucrativo será o empreendimento
florestal. Para atingir este objetivo, os desbastes pesados e precoces são
recomendáveis por estimularem precocemente o crescimento em diâmetro.
Entretanto, a madeira produzida em idades jovens dos povoamentos, nos quinze
primeiros anos de crescimento de Eucalyptus grandis, é de qualidade inferior
com elevadas tensões de crescimento. Para aumentar a proporção de madeira de
boa qualidade, e limitar a madeira de qualidade inferior a um pequeno cilindro
central, deve-se executar desbastes leves inicialmente. Devem também ser
atrasados, pelo menos para permitirem a retirada de madeira com dimensões
adequadas e mais interessantes do ponto de vista comercial. Os desbastes devem
ser leves até o décimo quinto ano e mais pesados após essa idade.
Para evitar fustes deformados e supressão exagerada de copa
viva, os demais desbastes devem ser repetidos em intervalos mais curtos.
Os regimes de desbaste que vem sendo adotados na
silvicultura brasileira não seguem a proposta apresentada. De modo geral
adotam-se desbastes precoces e pesados com o objetivo de produzir toras de 35 a
45 cm de diâmetro em rotações curtas de 15 a 18 anos. Este regime tem o inconveniente
de produzir elevada proporção de madeira juvenil, de baixa qualidade, no
cilindro central da tora. Entretanto, é mais versátil em termos de permitir
alterar o objetivo para a madeira produzida em função de alterações de mercado.
Possibilita ainda maior gama de produtos, em menor tempo, que pode ser
interessante comercialmente. Por outro lado, prolongar a rotação para muito
mais de 35 anos com o objetivo de
aumentar a proporção de madeira de alta qualidade, aumenta o risco de
ocorrência de podridão do cerne.
Visando assegurar a
adoção de manejo específico para o povoamento e a região de interesse,
considerando o potencial de produção e o sortimento específicos do povoamento
florestal, como função da idade e dos regimes de manejo, é necessário utilizar
simuladores de crescimento e produção. Existe no mercado nacional, em fase de
implantação, o simulador de crescimento e produção denominado SISEUCALYPTUS.
Este simulador, desenvolvido pela EMBRAPA, pode ser uma ferramenta de extrema
importância para a definição do regime de desbastes ideal para cada povoamento
e situação de mercado.
A proposta apresentada acima é apenas uma sugestão que pode
ser aplicada em princípio, entretanto deve ser reconsiderada quando houver
disponibilidade de dados de inventário e informações de mercado para cada caso.
Condução da brotação das cepas
A eliminação das cepas é a melhor alternativa quando não
houver perspectivas de mercado ou interesse na produção de madeira de menores
dimensões que poderiam ser obtidas mantendo-se as brotações das cepas. A
produção de madeira das árvores remanescentes é maior no caso de eliminação das
cepas.
A condução das cepas, quando desejável, se faz pela retirada
dos brotos extranumerários e manutenção de dois a três brotos por cepa. Os brotos a serem mantidos
devem ser bem distribuídos e implantados no tronco o mais próximo possível do
solo. Para selecionar corretamente os brotos é necessário aguardar o
crescimento dos brotos por pelo menos um ano ou até que ocorra diferenciação
clara entre os brotos.
Importância
A combinação de árvores com pastagens (sistemas silvipastoris),
com pastagens e a inclusão de culturas agrícolas durante a fase inicial de
desenvolvimento das espécies arbóreas (sistemas agrossilvipastoris) e mesmo a
associação de árvores com culturas agrícolas (sistemas silviagrícolas) são de
grande aplicabilidade.
A atividade florestal exige rotações mais longas que as
demais atividades agropecuárias, principalmente para que se obtenha um produto
final para serraria. O corte do eucalipto para industrialização ocorre
normalmente aos 7 anos de idade, num regime que permite até 3 rotações
sucessivas e econômicas, com ciclo final de até 21 anos.
Os reflorestamentos tradicionais de eucalipto são
representados por densos maciços florestais, plantados em espaçamentos
regulares e normalmente com uma única espécie. Entretanto, nas propriedades
rurais, além dessa possibilidade de plantio, as árvores também podem ser
plantadas de forma integrada com as atividades agrícola e pecuária ou, ainda,
como prestadoras de serviços como quebra-ventos, cercas vivas, proteção de animais,
sem no entanto esquecer o seu potencial para gerar produtos econômicos. Para
que se tenha sucesso nesse empreendimento,
precisa-se considerar o espaçamento da espécie florestal. Nesses
sistemas normalmente são usadas menores densidades de plantio e diferentes
arranjos espaciais das espécies florestais em campo.
Plantios mais adensados resultam na produção de um elevado
número de árvores com pequenos diâmetros, as quais normalmente são utilizadas
para fins menos nobres como lenha, carvão, celulose, engradados e estacas para
cercas. Espaçamentos amplos resultam em um número menor de plantas por unidade
de área, tornando mais fácil o acesso de máquinas para o plantio e tratos
culturais. Facilitam também a retirada da madeira e empregam menos mão-de-obra,
além de permitirem a produção de madeira de melhor valor comercial (postes,
vigas, esteios e serraria). Como desvantagens há maior necessidade de tratos
culturais e menor derrama natural.
Na produção de madeira de alta qualidade, para serraria, é
necessário que os espaços entre as
plantas sejam superiores ao normal. Assim, o manejo florestal deve ser baseado
em podas freqüentes e rigorosas, de forma a alcançar um mercado com maiores
preços mediante uma mercadoria de maior valor agregado. Dessa forma, a
implantação de povoamentos, assim manejados, é naturalmente uma excelente
alternativa para se integrar as atividades agrícola, florestal e pecuária em um
sistema de produção misto.
Práticas de manejo em eucalipto, caracterizadas por
espaçamentos iniciais largos, desbastes precoces e pesados e podas altas,
revelam-se superiores aos tradicionais, com a produção de madeira de boa
qualidade, com bons resultados econômicos. Além disso, permitem a penetração de
altos níveis de radiação no sub-bosque, o que, por sua vez, favorece o
desenvolvimento satisfatório de outras espécies, também com valor econômico,
associadas.